Era um mundo de sensações.
O arrepio, como resposta do sistema nervoso, estimula cada centímetro do corpo que se estica tentando romper os limites da pele.
E o espaço fez-se pequeno, e tudo era passagem. Só valia o momento.
Fechando os olhos, mil lembranças atropelam a mente e sem criar vínculos vê-se a inestimável importância de viver.
Quando o corpo descansa não há movimento. Não há recompensa. Ou não, isso tudo é recompensa.
No silêncio e no escuro a respiração incontrolável torna-se um incômodo, torna-se alta, torna-se orquestra. O ruído que o ar faz ao invadir os pulmões pode ser o suficiente para romper uma intensa linha de pensamento.
Assim não é possível! A morte talvez seja silenciosa. A morte é! Ela aquieta a respiração e rompe a corda de pensamentos. E tudo vira nada, e nada vira tudo.
Há quem viva a vida com morte, porém, há quem viva com vida.
Estar vivo não é promessa de vida.
Captar o mundo das sensações é uma promessa de vida, e essas sensações são muito mais do que cinco unidades corporais.
O arrepio cessa. A calmaria reabsorve o corpo que se fez vivo pela mais intensa arte de conhecimento: a ereção articuladora dos dons sentimentais.
"Nua, mas para o amor não cabe o pejo" Olavo Bilac








