quarta-feira, 29 de setembro de 2010

"Sereníssima"

Era um mundo de sensações.
O arrepio, como resposta do sistema nervoso, estimula cada centímetro do corpo que se estica tentando romper os limites da pele.
E o espaço fez-se pequeno, e tudo era passagem. Só valia o momento.
Fechando os olhos, mil lembranças atropelam a mente e sem criar vínculos vê-se a inestimável importância de viver.
Quando o corpo descansa não há movimento. Não há recompensa. Ou não, isso tudo é recompensa. 
No silêncio e no escuro a respiração incontrolável torna-se um incômodo, torna-se alta, torna-se orquestra. O ruído que o ar faz ao invadir os pulmões pode ser o suficiente para romper uma intensa linha de pensamento.
Assim não é possível! A morte talvez seja silenciosa. A morte é! Ela aquieta a respiração e rompe a corda de pensamentos. E tudo vira nada, e nada vira tudo. 
Há quem viva a vida com morte, porém, há quem viva com vida.
Estar vivo não é promessa de vida.
Captar o mundo das sensações é uma promessa de vida, e essas sensações são muito mais do que cinco unidades corporais. 
O arrepio cessa. A calmaria reabsorve o corpo que se fez vivo pela mais intensa arte de conhecimento: a ereção articuladora dos dons sentimentais. 

"Nua, mas para o amor não cabe o pejo" Olavo Bilac 

sábado, 25 de setembro de 2010

A chuva do sexto dia.

Dedicação, cansaço e trabalho infelizmente
não são sinônimos de qualidade...
É a injustiça em sua forma mais primitiva,
englobando a mais intensa arte da natureza:
O homem.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Brilho eterno de uma mente sem lembranças;

Inconsciente, Inconseqüente:
Risca e trisca  o fogo imenso
Dentro de um mundo sem senso
Que mata e reprime as perspectivas
Lidas, tidas e mantidas, um dia, como o centro.
Era uma vez...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Quem sabe?

Se me perguntassem se acredito em Deus,
eu diria: Não sei.
Se me perguntasse se eu não acredito em Deus,
eu diria: Não sei.
E essa ausência de definição
Não atinge o ego da minha curiosidade.

domingo, 19 de setembro de 2010

A caverna'

Finjo a complexidade em mim
A cada parte, sem beleza, sem arte
Milhões de curvas mal direcionadas
Compõe um íntimo vazio e perdido

Não quero ser vazia.
Não posso ser perdida.
Concentro todos os meus sonhos.
Quem lê, lembra-se de todos os sonhos que nunca tive

Busco. Não entendo.
Não consigo ser mais, mas sou tudo.
Procuro por todo um caminhar
Um grito de compreensão a se concretizar.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010


É como a paixão: quando tudo pode se transformar no mais requintado suspiro de satisfação.

sábado, 11 de setembro de 2010

Insanity tasty;

O seu jeito trivialmente eloqüente 
Esquenta a alma: dona dos olhos observadores que queimam ao pecado seu.
Inocência não havia,
hostilidade sã, encoberta por vagarosa sedução proposital. 
Instintos nervosos colaboravam para arder chamas infiéis que dissimulavam o ente peculiar.
Uma insanidade saborosa.
Delicadamente ligada à instabilidade fácil que recheia o bote saudável do desejo.
‘teus sóis me acendem logo a chama e chamam’.


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A fuga obscura;


Pelas Ruas já não vejo os lenços de Afrodite que cobriam os olhos humanos.
À noite, os poderes de Morfeu tomam a cidade, nada se vê.
O escuro que substitui os rostos cansados não é tão tenebroso quanto as expressões que não se realizaram.
Povos desacreditados, deixaram a sua felicidade escapar.
Os sorrisos possíveis são aqueles que se dão quando não se entende algo e finge que entende.
Os Deuses abandonaram as almas quando elas os deixaram escapar de suas crenças.
Sem esperança. Sem força.
Vejo tudo, me vejo sozinha.
Sem mais, sem ninguém, sem tudo, sem nada, sem palavra.

sábado, 4 de setembro de 2010

Crônicas do dia noturno''

O dia está à tona. Correria, atraso. Um passo do desespero.
Na rua, operários, advogados, mendigos, putas. Milhões de funções se misturam dentro das ruas. Ruas. Ruas? As mais diversas avenidas, calçadas, meios fios. Avenida Paulista –todo o dia- um poço de mentes, de todas as mentes que integram a sociedade.
Sociedade? Seis bilhões e meio de pessoas dispersadas no espaço integral de 5 continentes mundiais.
Não ao mesmo tempo, não na mesma hora, mas há um ponto peculiar, essencial que une as culturas: O ponto Off.
Off? Para retomar todo o laço que agarra a tecnologia ao cotidiano. Ponto Off? Ponto Off! Desligado. Ausentado. Parado. Sono.
A sociedade para. A sociedade dorme. Os operários, os advogados, os mendigos e as putas.
Putas dormem? Putas dormem.
O sonho mais profundo que retoma os dias, os desejos e os medos.
O momento em que todos desligam, apagam. Como quando o fogo da paixão é apagado com o banho de possíveis desperdiçadas vidas, que vão dormir eternamente, enquanto seus feitores dormirão, apagarão após ter entreguem todas as forças. Ou como uma máquina que produziu todo o dia ou toda a noite. 24 horas? Não, não somos máquinas.
O sono junta as forças e as apaga. O ponto Off.
A cama: uma breve parte de um quarto, um departamento público, ao lado da janela de um hospital, em cima de um papelão em alguma rua fria que guarda mentes.
Somos uma bateria que precisa ser carregada, uma bateria que desliga, fica inativa. A cama nos guarda. O sono nos leva. A noite? Passou. Agora volta o stress unido à busca da conquista presente nos sonhos de toda uma noite. Somos borboletas.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

shhh


"Política é o silêncio por traz da fala. A arte secreta de persuadir o instinto inconsciente."