segunda-feira, 13 de junho de 2011

Um velho vício...

Escrita arrebatadora que explode em erosão:
Buracos abertos sem pena
Com simples ditados roubados
De uma vã civilização.

Sou desse jeito, um escravo da palavra.
Um indivíduo sem garra
ante técnica peculiar.
Sou o Todo compactado.

Belos discursos sem curso
são chamados cultistas,
mas aqueles que intervém na mente
São concepções de um convencer.

Crenças criadas são
benefícios da palavra.
Persuasão imprudente
é uma arma ardente que ela pode explorar.

Há quem diz e quem ouve.
O gozo é no desarmamento
de um ser desatento
Qualquer e  multidão.

O anticristo da alma é para poucos.
Para a elite de uma perspectiva tênue.
Para aqueles que tornam roucos os outros.

A voz que aquieta margens bárbaras
Criando doutrinas com garras
Que atacam quem deixar.
Salvagem insano e sedento.

Os que esse aspecto satirizam
Nova linha vão cruzar.
Críticas aos calados riscarão e
nova doutrina erguerão.

O velho vício
com sentimento de revolução
não passou de voz igual
de uma massa desigual...;

quarta-feira, 11 de maio de 2011

1964

Estilo franco, escondido e esmagado.
Repressão insolúvel de dias alongados.
Redução libertária enroscada no ser.
O toque de recolher é tapa que dói na disciplina e na harmonia.
É a desordem do medo,
o crepúsculo ludibriante que engana gente e desemboca na desilusão do amanhecer.
Nas mesmas noites mentirosas, há esconderijo, há coragem.
São 'Salons', são vidas de um subsolo.
A causa não vence, é buraco.
Há quem faça a voz de uma nação com toda a certeza de acabar na forca,
motivado com o intuito de poder respirar dignidade.
É mais do que a própria alma pode descrever,
mais do que uma religião pode explicar.
É a fonte da crença e da força,
é um direito divino do além original...
Deus, pátria e trabalho,
nossas divinas instituições que são evocadas por puro formalismo.
É a ordem subversiva e intolerante
que mantém um Regime: desenhista de grandes movimentos.
Maturidade que vem de uma surra cruel...

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Whisky com Gelo.

O cigarro caindo da boca, ao lado
Deixava mostrar sua falta de cuidado
Entre a fumaça que cobria seu olhar.
Mil ideias voavam numa sala escura e abafada.
A poltrona que causava dores na coluna inferior
Não saia da perspectiva do ambiente:
Continha cinzas, restos de comida e muitos anos de existência.
Sua sala não era de toda suja,
Mas sua mente era.
Em frações de segundos ideias assassinas preenchiam os espaços insanos.
Em assunto de ação sua mão e seu corpo se cansavam e nada faziam.
Seu destino era pensar.
O copo de whisky por entre os dedos alimentava o passado.
Lembranças de putas com quem estivera em outros tempos
ajudavam o masoquismo frio perpetuar-se com veemência.
Era sujo, mas era vida.
Agora só restava seu assento em um cômodo qualquer.
Seu ar vinha do tabaco.
Seus movimentos eram mínimos e calculados.
Seus pensamentos enojavam os deuses que os sentiam.
Não saiu de uma morta vida,
Porém, o telefone tocou.
Com o corpo levantou-se e entre o labirinto da casa e a labirintite da cabeça
Seguiu cambaleando com dificuldades para respirar.
Atendeu e falou.
Sua ação estava feita.
Sua vida estava morta.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

"Armas Químicas"

Prosaico e constante,
Pleonasmo vicioso,
Rotina indiscreta.
Ventos ressoam  no
ouvido da sociedade
Que preocupada refugia-se
sobre a hipocrisia
escondida nos sorrisos
de canto de boca.
Maliciosos? Talvez...
Haja língua para narrar
comportamentos.
Haja sociologia para
explicá-los todos eles.
É tamanha burrice
Que monta o acervo
do meu pensamento
Que a cada nova descoberta
Uma derrota sob
o infinito é consentida.
Há tanto tempo
Há tantos planos.
Qual é a lógica do sistema?
Quais motivos escondem
os erros mais fatídicos?
A grande falha do estado:
Fazer o mal intercalado.
Adiando o bem futuro
Para as teorias de Maquiavel.
Erro insistente.
Aprendizado indigente.
Violência que não altera
o estado da alma devera
apropriada dos mais capciosos
segredos da mente fúnebre.
O que diziam os poemas?